Longevidade! por Silvana Lima

Longevidade! por Silvana  Lima

     Começarei enfatizando que vou expor minha visão pessoal empírica, não tenho embasamento teórico para minhas argumentações …

     Carrego observações da minha própria vida para olhar meu entorno, e creio que muitos (espero) façam como eu. Nossas lentes dificilmente podem ser retiradas para que possamos ser completamente isentos na compreensão. Dito isso ...

Talvez por sermos um país até pouco tempo constituído de jovens, não aprendemos a nos programar para ficarmos velhos... idosos, terceira idade, longevos!

Logo, nos descuidamos de programar o futuro como quem garante seu futuro financeiro. Amealhando conhecimento e autoconhecimento e com eles preservando saúde. E assim, preservando o próprio corpo.

Como o desenho feito com grafite , somos uma composição de várias micro histórias, emoções, fatos vivenciados direta ou indiretamente... Vários pedacinhos que nos compõem.

        A somatória de nossas vidas poderiam nos fazer grandes. Mas, ao contrário normalmente nos fragiliza. Nos apequena não nos possibilita ver o todo. Costumamos ouvir que “o que fazem conosco não podem nos determinar”. Entretanto, nos abalamos com fatos e circunstâncias que nos acometem.

Seria bom se fizéssemos de cada episódio da nossa história um grande painel como o desenho em grafite e pudéssemos olhar e recapitular o processo de nossas vidas, vendo por onde seguiu a construção, ver as curvas sinuosas, o tamanho da construção e pormenores que cada pedacinho contem.

       Ao contrário dos países orientais, que convivem há mais tempo com seus idosos, estamos engatinhando nesse aprendizado. Tanto no sentido dos mais novos conviverem com os mais velhos, como os mais velhos aprenderem a envelhecer, aprender a ver a grandeza que foi e pode ser construída.

No final dos anos 90 já podia ser observada a relutância de se entrar na fase adulta e idosa. Como ouvi em uma análise na televisão: “A vida é como um teatro, há necessidade de gente nas coxias, nos palcos, produtores, figurinistas, etc...’’

 

        Mas, como tentativa de negar o passar do tempo, a velhice, todos querem permanecer no palco, como protagonistas, enquanto deveriam ter assumido a função de amparar, preparar, ensinar os novos protagonistas a serem protagonistas da própria vida...

Deste período em diante vemos as novas gerações cada vez mais sem “referências” tanto quanto os mais velhos. A juventude não tem histórias que referencie sua caminhada, os mais velhos não tem referência de como levar sua longevidade com dignidade que se sobreponha a toda a narrativa desdenha do que seja ficar velho.

Velho não significa e nem tem de ser banguelo, com dores ou infestado de doenças crônicas... Há evidentemente um desgaste do aparelho humano que chamamos de corpo no decorrer do tempo, nosso  mecanismo de funcionamento.

Com a longevidade, nem todos que tem idade de idoso tem a aparência de idoso. Não mais aquela figura de idoso caquético, debilitado como se costumava visualizar avós tempos atrás.

Logo, se a maioria ou “todos” querem protagonizar a vida não tem quem queira ser instrutor, norteador, quem se faça respeitar e principalmente se fazer ouvir com a autoridade e experiência de feitos, construção relevante e respeitável.

 

      Conviver com tais pessoas “cheias de boas vivências” pode não significar grandes mudanças, mas alguém que sinalize ou oriente quem queira pode ser significativo. Assertivo.

Na minha visão ambas as gerações se beneficiaram com aprendizado mútuo.

Como mais velha, a começar por nós seria o mais lógico. Pois, alguém que se dá conta dessa defasagem de ambos os lados observa a necessidade de reação.

Carecemos de idosos sábios, estamos com jovens “órfãos” de adultos cumprindo seu papel de adulto. Muitas reportagens relatam a adolescência cada vez mais “esticada” e como em cascata as demais faixas etárias estão se retardando para assumirem o “estágio” em que estão. Todos perdemos.

Na pandemia nossos idosos demonstraram bem o despreparo e o descuido com saúde mental, física e daí por diante... Como que se ir vivendo não nos fez pensar no futuro que estamos avançando cada vez mais, mas, sem consciência de longevidade.

 

Isso em um momento em que mais precisávamos de sabedoria, pessoas lúcidas com vivência  o suficiente para manter a calma e um modo de proceder “cauteloso” naquele momento.

Particularmente foi desesperador !!  A cada “reels” ou postagens tidas como engraçadas de velhinhos fugindo da quarentena, minha tese e observações se confirmavam com pesar.

Então, o momento é agora... Vamos refletir... E conto com colaboração a partir desse “Start” e para quem já refletia a respeito saiba que não está sozinho na busca de práticas que nos façam crescer JUNTOS  em conhecimento e sabedoria quanto a ver e viver a vida.

 

Escrito por Silvana 31/07/2024

 

Sobre a autora:

Que eu conheça pessoas, consiga interagir de forma leve, para que eu posso compartilhar minhas vivências e adquirir novos conhecimentos.

Acesse as redes socias da autora e conheça mais sobre o trabalho dela Clique aqui

 

 

                                                                                            

Tags